Deixar um emprego de anos e com relativa estabilidade é uma tarefa complicada. Quase sempre ocorre o receio de trocar o certo pelo duvidoso e, por este motivo, muitos profissionais insatisfeitos com o trabalho acabam arrastando uma situação desconfortável por anos, seja pelo descontentamento com o cargo, pela falta de reconhecimento ou pela ausência de novos desafios, que normalmente impulsionam o desenvolvimento de uma carreira. Mas quando é o melhor momento de decidir pelo desligamento de uma empresa? Na análise da psicóloga especialista em Gestão de Pessoas Marcela Lemes Borges Barbosa, que é professora das Faculdades Alves Faria (Alfa), o sinal de alerta é quando o profissional não consegue mais avançar na carreira. Normalmente, esta é uma situação que vem acompanhada de um pacote de outros sintomas, como a impossibilidade de promoção ou de aumento de salário, decepções e, com isso, queda de rendimento.
Frustrações – "Se a organização em que o profissional trabalha está lhe trazendo muito mais frustrações do que prazer, ele precisa parar e refletir sobre a possibilidade de mudança", frisa a especialista Marcela Lemes. Mas antes de tomar uma decisão precipitada e sair correndo atrás de qualquer salário melhor disponível no mercado é importante ponderar diversos pontos. O primeiro deles é saber se a causa de toda a frustração está mesmo na empresa e não no profissional. É preciso refletir: será que a área em que atuo me agrada realmente? Tenho me atualizado para acompanhar o crescimento de mercado? Que novas capacitações busquei nos últimos meses para ampliar ou aperfeiçoar minhas competências? Estou me relacionando adequadamente com meus colegas a ponto de contribuir para o crescimento da equipe?
Autoanálise – A partir de uma autoanálise é possível identificar as áreas que devem ser alteradas e estabelecer prioridades, como forma de planejar a troca de cargo ou companhia. "A pessoa precisa fazer uma escala de importância e colocar no papel tudo o que o tem incomodado ou não, e os objetivos, para só então fazer uma média de tudo", ressalta a master coach Cinthia Rodrigues. Além disso, ela orienta que a decisão seja tomada apenas num momento de tranquilidade, visto que a ação por impulso pode gerar consequências piores, como a escolha de uma empresa instável.
Contatos – Depois de ter certeza da análise dos fatos que o levam a querer sair da empresa, é hora de movimentar o networking. É por meio dos contatos de trabalho, de colegas e de profissionais de áreas afins que o profissional poderá se informar qual empresa se adequa melhor ao seu perfil, qual delas permite crescimento de carreira, tem histórico consistente, dentre outros fatores, para que então pleiteie uma indicação. "A indicação ainda é a principal ferramenta usada pelas empresas para contratar um profissional", comenta Cinthia Rodrigues.
Marketing pessoal – A psicóloga Marcela Lemes ainda acrescenta a importância do marketing pessoal para a mudança de emprego. "A forma como eu vou ‘vender’ minha imagem no mercado é decisiva." Para isso, aconselha a fazer cursos na própria área de atuação ou que auxiliem a desenvolver competências, como liderança, oratória, persuasão. "Até mesmo trabalhos voluntários podem ajudar no currículo. Muitas vezes, a pessoa desenvolve atividades importantes de liderança ou palestras, por exemplos, em igrejas, grupos e ONGs, que contam pontos a seu favor na hora da contratação", conclui.
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