domingo, 7 de novembro de 2010

Brasil leva susto, mas vence Cuba e fica a uma vitória das semifinais

 - Ainda faltavam alguns minutos para o jogo começar em Nagoya. Na entrada da quadra, as jogadoras nem se olharam. O clima era de tensão. Há dois anos, Brasil e Cuba não se enfrentavam. Começou a execução dos hinos nacionais. A torcida brasileira fez festa e cantou em volume máximo, o que fez Carcaces olhar espantada para as arquibancadas. Após o apito inicial, porém, foi a ponteira que assustou os brasileiros que assistiam à partida. Com ReglaTorres de assistente técnica, gritando o tempo todo, as cubanas cresceram e venceram o primeiro set. Mas pararam por aí. A equipe de José Roberto Guimarães mostrou volume de jogo e rodou diversascombinações de ataque para virar a partida e ficar a apenas uma vitória da classificação para as semifinais do Mundial. Placar final de 3 sets a 1 (23/25, 25/20, 25/13 e 25/18), e gostinho de superação no clássico entre duas das maiores rivais da história do vôlei.
Jaqueline Fabiola vôlei brasil cubaJaqueline (8) e Fabiola (17) comemoram mais um ponto contra as cubanas (Foto: Divulgação / FIVB)
O jogo coletivo foi fundamental para a seleção no início da manhã deste domingo (no Brasil). Cinco titulares terminaram a partida com dois dígitos no placar de pontos. Coube a Sheilla, porém, o título de maior pontuadora, com 17 acertos. Por Cuba, Carcaces foi o destaque, com 19 pontos. Agora, a seleção ganha um dia de folga no calendário de jogos. O Brasil volta à quadra contra a Alemanha na madrugada de terça-feira, às 3h (de Brasília). Caso vença a partida, estará classificado para as semifinais. Se perder, dependerá de resultados para garantir a vaga na penúltima rodada. Se não conseguir, terá mais uma chance de carimbar a passagem para Tóquio no último jogo da segunda fase, quarta-feira, contra os Estados Unidos. Primeiro ponto disputado no jogo, e Thaisa pega Carcaces no bloqueio. A torcida vai ao delírio nas arquibancadas e dita o ritmo da seleção. Apesar do saque forte de Cuba ter quebrado a recepção de Fabi, Sheilla e Natália estavam conseguindo virar as bolas, e a vantagem no placar chegou a ser de quatro pontos. Porém, a maré virou. Fabiana errou o saque, Carcaces fez ace, e Sheilla mandou um ataque para fora. A concentração desapareceu em quadra, com direito a bola caindo no meio de quatro jogadoras, o que levou Zé Roberto a gritar muito com o time. Sassá entrou para sacar e errou. Natália, muito marcada, foi anulada pelo bloqueio. Nada dava certo para o Brasil. Zé Roberto parou o jogo quando o marcador mostrava 20 a 14 para as cubanas. A partir de então, a seleção voltou a melhorar no set. Jaqueline virou duas bolas, Fabíola conquistou dois pontos no saque, e Thaisa armou a muralha para o Brasil somar cinco pontos consecutivos. Foi a vez de Cuba pedir tempo técnico. Na volta, Fabiana e Natália pararam o ataque das caribenhas, mas não foi suficiente. Palacios voou pela entrada de rede para fechar a parcial em 25/23. Com o embalo no final do primeiro set, a seleção voltou melhor para o segundo. Jaqueline e Fabíola mostravam entrosamento na rede e vibravam muito com o placar que mostrava 9/6 para o Brasil. Até um sorriso malicioso apareceu quando Cleger tentou um levantamento, se atrapalhou e cometeu um erro bizarro, deixando a bola cair em seu rosto. Chegou a hora de o bloqueio brasileiro fazer a diferença. Fabiana pegou Sanchez na rede e provocou uma grande comemoração do banco de reservas. No entanto, Carcaces continuou voando. A ponteira, que já havia marcado 12 pontos até o segundo set, passava por cima das jogadoras adversárias com muita facilidade. Mas Fabiana não quis saber se a rival estava em um bom momento. Subiu com autoridade e armou amuralha para marcar 15/10.
Fabiana vôlei brasil cubaFabiana em disputa com a cubana Sanchez na rede. A brasileira levou a melhor (Foto: Divulgação / FIVB)
Do outro lado, as cubanas continuavam a sacar forte. Sanchez conseguiu um ace, direcionando a bola em Fabi, que não esteve bem na partida. Com a diferença caindo para três pontos, Zé Roberto parou o jogo. Na volta, Sheilla voltou a virar pela saída de rede, e Fabiana foi absoluta com Thaisa no ataque e no bloqueio. Na pancada de Jaqueline, o jogo ficou empatado: 25/20 para o Brasil. Antes do início do terceiro set, uma situação estranha aconteceu. Carol Gattaz e Camila Brait, jogadoras que não vêm sendo relacionadas para os jogos, estão sempre ficando sentadas ao lado da comissão técnica, atrás das placas de publicidade. Fizeram isso nos seis jogos do Brasil no Mundial. Neste domingo, porém, a organização resolveu expulsá-las do local, dizendo que receberiam cartão amarelo se continuassem ali, já que não era permitida a presença delas na quadra. As duas retrucaram, mas foram para a arquibancada para evitar confusão. Dentro das quatro linhas, Jaqueline assumiu a responsabilidade de levar a seleção à vitória. Natália chegou a “entrar” no jogo e somar 12 pontos, mas não era o seu dia. Muito marcada, nem vibrava em quadra. Coube mesmo a Jaqueline e Sheilla movimentarem o placar, que teve uma vantagem de seis pontos no meio da parcial (15/9). Cuba não conseguiu mais jogar. Fabiana cresceu na rede e virou a maioria das bolas que recebeu. Até Fabíola ganhou no bloqueio individual. A levantadora, aliás, foi o destaque da parcial, com boa distribuição das bolas, que deixou a rede adversária perdida. No fim, Jaqueline fechou a virada no placar, de lavada, por 25/13. Um erro de formação da seleção brasileira mesmo antes do primeiro ponto no terceiro set mostrou que a vitória não seria conquistada com facilidade. Comandada por Carcaces e Cleger, Cuba voltou a crescer na partida. Mas o Brasil tinha as centrais em dia inspirado. Fabiana e Thaisa acertaram o tempo de bola com Fabíola e viraram o placar. Sheilla voou no bloqueio individual e deixou a vantagem verde e amarela em três pontos (14/11). As cubanas começaram a cometer muitos erros, no saque e no bloqueio, o que facilitava o trabalho das brasileiras. Jaqueline e Sheilla continuaram a voar na entrada de rede e não deram mais chances às adversárias. Ponto de saque de Sassá e erro de Simon. Concluída a sétima vitória consecutiva do Brasil no Mundial.

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