Vinho a melhor bebida do mundo
Mais complicado - A classificação dos "crus bourgeois" da região do Médoc, em Bordeaux, era complicada. Ficou mais ainda depois de uma quase interminável briga que durou dez anos entre os produtores e o órgão regional de regulação. Agora, o instituto de denominação de origem reconhece 243 charteaux - leiam-se propriedades - que atingem um determinado grau de qualidade. Aí já começa de novo a discussão, porque o critério subjetivo sempre vai impedir o julgamento absolutamente imparcial. Mas para evitar queixas e processos na Justiça resolveu-se dar a classificação... a cada ano. Ou seja, em 2010 teremos 243 crus bourgeois. Ano que vem, uma lista parecida, mas não a mesma. E assim a coisa vai.
Os crus bourgeois - Mas por que tanta briga? O que são os "crus bourgeois"? São os vinhos que ficaram de fora da classificação de 1855, velha de mais de século e meio, que até hoje baliza o mercado. Entre esses vinhos de Bordeaux, alguns se tornaram célebres pela qualidade e pelos padrões que muitos consideravam, se não impecáveis, pelo menos iguais aos dos grandes châteaux de Bordeaux. São exemplos os chateuax Coufran, d'Issan, Patache d'Aux, Marbuzet (que hoje vale muito), les Ormes de Pez , Phélan-Ségur e Poujeaux, para citar apenas uns 10 por cento de uma produção séria, que a cada ano procura se afirmar diante dos vagares imprevisíveis do mercado externo.
Talheres de peixe - Há poucos dias, num restaurante de excelente qualidade no Rio, pedi no almoço que me trouxessem os talheres de peixe. Eles imediatamente vieram. Mas em muitos tenho notado uma certa negligência - quando não uma inteira desistência - em relação aos talheres de peixe. Eles são imprescindíveis ao salmão na entrada. E mais ainda, quando se trata de peixe fresco, não há como a faca de peixe para separar as camadas do assado, se se tratar de um belo assado - como se espera que sejam os peixes inteiros. Mais ainda, se o caso for de um prato elaborado com molhos, a faca do peixe vai empurrar o molho como se deve. Enfim, não são utensílios do passado, mas necessidades do presente.
Mais brancos na Ásia - Experimentei esta semana sushi e sashimi, numa espécie de tira teima, para completar as observações que andei lendo sobre a harmonização dos pratos asiáticos. De fato, os brancos dos rieslings frescos se deram otimamente com o peixe fresco, mesmo que a gente escorregue um pouco no wasabi, a raiz forte. As receitas que resvalam para os sabores adocicados vão ser escoltadas com sucesso pelos vinhos da uva gewurtraminer, que hoje é plantada em muitos países produtores, inclusive no Brasil. É o caso da comida tailandesa, que tem molhos agridoces que às vezes afastam os vinhos de acidez fresca. O suki yaki, receita de carne e legumes, vai agradecer a presença de um tinto pinot-noir jovem.
O vale acessível - Com os preços nas alturas, tomar vinhos franceses exige uma busca paciente. Mas há uma saída que os parisienses, por exemplo, em plena crise, aproveitam com regularidade. São os tintos de 2009 e 2007 da região das Cotes-du-Rhône, o vale do Ródano, uma das melhores relações qualidade-preço do mercado de vinhos. A qualidade desses vinhos, que antigamente eram simples demais, subiu. Eles ganharam denominações de origem segundo o vilarejo de onde provêm. Assim temos Cotes-du-Rhône Villages Cairanne, por exemplo. Significa que aquele tinto vem do vilarejo de Cairanne. Os melhores são mesmo Cairanne e Rasteau, que já estão mais caros, mas há outros na concorrência.
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