quarta-feira, 18 de maio de 2011

Rei ARTUR: lenda ou verdadeiro herói?



- As teorias sobre a existência de um dos reis mais citados na literatura são várias, porém, até onde esta história realmente existiu e a partir de onde começou a ser recriada? Embora não existam muitos dados concretos a este respeito, foi muito o que se escreveu sobre ele.
Começaremos tratando-o por seu verdadeiro nome, Ambrosius Aurelianos. O passar do tempo fez a cultura celta ser registrada por escrito e Ambrosius tornar-se Artor, Artus e, finalmente, Artur. Teria sido um guerreiro celta que resistira aos invasores saxões na Grã-Bretanha, no início do século VI. Os celtas forneceram suas histórias aos escritores franceses, ou aos escritores normando-ingleses. O importante é que o grupo de histórias associadas ao nome de Artur, na sua origem literária, é francês.
No século VIII temos informações relevantes vindas de um bretão, Nennius. Descreve Artur como um comandante militar que teria vencido doze batalhas contra os saxões. Segundo os historiadores, o problema desta fonte é que Nennius tinha uma certa tendência a preencher as lacunas com fatos inventados por ele. O que não significa que tenha inventado tudo, mas sim que pode ter embelezado ou distorcido a história conforme desejasse.
A grande aparição de Artur como rei foi no começo do século XII. Geoffrey de Monmouth, bispo inglês de origem normanda, compôs em latim a obra Histórias dos reis da Bretanha. Segundo ele seriam noventa e nove reis, onde Artur aparece como o 91° e o mais destacado. Assim, o guerreiro celta foi transformando-se no Rei Artur. Em 1154 Wace de Jersey fez sua versão da obra de Geoffrey, Gesta dos bretões, incluindo a Távola Redonda e o dia em que Artur voltará de Avalon para governar novamente a Bretanha. Baseado na obra de Wace, cinquenta anos depois, o Padre Laymon, de Worcester, escreveu a sua história sobre Artur, incluindo as rainhas que levaram o rei mortalmente ferido para a ilha de Avalon. Nessa época Chrétien de Troyes fez cinco romances sobre personagens da Távola, este por sua vez criou a cidade e o castelo de Camelot. Porém, morreu antes de concluir o seu último conto, o conto do Grall. No final do século XII, Robert de Boron desenvolveu o tema do cálice sagrado, iniciado por Chrétien, ligando o mesmo na tradição arturiana.
Por volta de 1190, a igreja começou a tentar tirar proveito destes relatos lendários, os monges de uma abadia no sudoeste da Inglaterra (Somerset) divulgaram a descoberta do túmulo do Rei Artur. Pouco depois disso foi que Robert de Boron inventou uma origem cristã para o misterioso Grall que Percival (personagem das lendas) procurara: o Grall seria a taça que contivera o sangue de Cristo. O mais provável é que Merlin era um druda na tradição céltica, foi retratado como um mago, entretanto ganhou traços cristãos e criou a Távola Redonda, para permitir que os cavaleiros cumprissem uma missão sagrada: encontrar o Santo Grall. Em favor da igreja, outras versões dessas lendas foram ainda mais trabalhadas. Em A busca do Santo Grall, de um autor anônimo, surgiu o cavaleiro Galaad. Insensível ao amor terrestre, dedicou-se unicamente a sua missão: simboliza o cavaleiro cristão que luta na terra mas é guiado pelo céu.
Os historiadores criticam os mitos arturianos e chegaram até mesmo a negar a sua existência, agora limitam-se a uma prudente reserva. Não existem relatos contemporâneos, então não podemos afirmar com toda certeza que Artur existiu. Os arqueólogos preferem falar de um período sub-romano para definr aquilo que é o período arturino (séculos V e VI). Porém,os arqueólogos tentam descobrir o corpo do Rei Artur. Se o descobrirem saberão se foi uma lenda ou verdadeiro herói.
Os celtas acreditavam na imortalidade da alma e eram poetas, então eles venceram, Artur sobrevive como um dos mais poéticos personagens da literatura de aventuras de todos os tempos. Mas teria sido criado um herói a partir dos feitos de vários personagens? Ou de fato houve alguém que guerreou saxões e conseguiu adquirir um estatuto lendário? Ou nunca existiu ninguém assim e os poucos surgiu uma lenda que foi crescendo? Se Artur foi rei ou não, é difícil comprovar. Entretanto, o que é fato é que ele é rei soberano para todos aqueles que até hoje se encantam com suas histórias retratadas em livros e até mesmo em filmes. Então o que nos fica além de belas histórias?
Colaborou: DJ André

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