domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cerveja tcheca mantém longa tradição e resiste às mudanças


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Cerveja tcheca, uma tradição que resiste a novidades no pub U Fleku
Entre as referências gastronômicas da República Tcheca está sua tradicional cerveja lager ao estilo bávaro, um produto ainda inquestionável para os paladares mais criteriosos, apesar dos novos hábitos de consumo destacarem outras especialidades da bebida.
O mercado externo ainda avalia as marcas mais conhecidas de lager tcheca, como Pilsner Urquell, da Plzensky Prazdroj, e Budweiser Budvar da Budejovicky Budvar.
As exportações dessas variedades cresceram 5% em 2010, enquanto o setor, em sua totalidade, sofreu retrocesso de 12%.
Ivan Chramosil é mestre cervejeiro há 40 anos no U Fleku, um pitoresco pub, com direito a cabaré, que figura em quase todos os guias turísticos da capital, e onde se elabora cerveja desde 1499.
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U Fleku, o mais tradicional restaurante e pub de Praga
Com sua velha chaminé, revestimentos renascentistas restaurados e equipamentos de madeira originais que são usados para armazenar e moer o malte, o U Fleku mantém todo o processo de fabricação.
"Quando comecei ninguém me deu a receita da nossa cerveja. Não existia, mas desde então seguimos fazendo a mesma cerveja e não pensamos em mudá-la", diz o defensor do legado da popular lager escura do U Fleku, que começou a ser fabricada há 150 anos.
O mestre supervisiona cada uma das etapas da produção anual, que hoje é de 2 mil hectolitros (equivalente a 100 litros), muito abaixo da capacidade da empresa.
Aqui, no U Fleku, também foi fundado em 1911 o time de futebol croata Hajduk Split, como lembra uma placa comemorativa.
No museu é possível conferir um ranking de 1913: a monarquia austro-húngara, na qual destacava a produção boêmia, tinha 1.251 cervejarias e produzia 25,5 milhões de hectolitros, sendo a Alemanha o líder indiscutível com 62,3 milhões, seguido da Grã-Bretanha e Irlanda, com 56 milhões.
U Fleku foi restituído aos seus antigos donos no início dos anos de 1990, o que permitiu incorporar alguns dos descendentes, como o aprendiz Michael Adamik, bisneto de Vaclav Brtnik, que foi mestre cervejeiro e proprietário do negócio por volta de 1930.
Recentemente, "o setor sofre pela crise econômica, que atingiu o poder aquisitivo, e também pelas tendências impostas pelas organizações mundiais", acrescentou.
Em uma clara alusão à Organização Mundial da Saúde (OMS), Chramosil assinalou que "enlouqueceram e fazem o possível para colocar a Europa de pernas pro ar com relação ao tabaco".
"Tentam ampliar a ação sobre o álcool, o que faz com que as cervejarias andem pisando em ovos, já que vamos ser duramente atacados", prevê.

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