sexta-feira, 29 de junho de 2012

Dez anos de ‘A Era do Gelo’, uma franquia que ferveu a animação nos EUA

 


O novo vilão Capitão Entranha (de espada na mão) ameaça os heróis da série, que volta às telas dirigida por Steve Martino e Mike Thurmeier
Foto: Divulgação
O novo vilão Capitão Entranha (de espada na mão) ameaça os heróis da série, que volta às telas dirigida por Steve Martino e Mike ThurmeierDivulgação
RIO - Mais do que comemorar dez anos de uma grife responsável por uma bilheteria de US$ 1,9 bilhão, "A Era do Gelo 4" ("Ice Age: Continental drift"), que estreia nesta sexta em cerca de mil salas exibidoras de todo o Brasil, celebra a vitória de um estúdio de animação capaz de rivalizar com as superproduções da Pixar/Disney e da DreamWorks. Em 2002, o primeiro filme marcou a estreia da Blue Sky Studios no longa-metragem. Em dez anos, a empresa tornou-se uma das maiores potências animadas da indústria americana, tendo o carioca de Marechal Hermes Carlos Saldanha como principal talento.
— Em 2002, "A Era do Gelo" foi aquele tipo de oportunidade rara que faz tudo se transformar. O filme fez a gente entrar num território dominado por gigantes — lembra Saldanha, em entrevista por telefone, de Connecticut (EUA), onde fica a sede da Blue Sky, empresa fundada em 1987 e que se tornou um braço da Fox Films em 1997.
Desta vez, Saldanha não assina a direção da série, criada por ele e Chris Wedge, cujo terceiro episódio vendeu 9,3 milhões de ingressos no Brasil em 2009. Agora, o mamute Manfred, a preguiça Sid e o tigre-dentes-de-sabre Diego são dirigidos por Steve Martino e Mike Thurmeier. Saldanha foi produtor-executivo do longa, que estreia hoje em outros 31 países, chegando aos EUA só no dia 13.
— Fui da equipe de animação do primeiro "A Era do Gelo" que tivemos de fazer em pouco tempo, com um orçamento pequeno, sem a preocupação de seguir o modelo dos filmes da Disney — diz Thurmeier, por telefone, de Londres, onde promove o lançamento do filme, que traz um novo núcleo de vilões: uma horda de piratas.  
Clássicos como "Capitão Blood" (1935), com Errol Flynn, serviram de inspiração às sequências de ação que injetam adrenalina à franquia glacial, puxadas pelo capitão Entranha, um primata saqueador.
— Carlos e Wedge nos deram a chance de levar a série para outro registro, mais épico, que mantivesse o frescor da série ao percorrer a linha da ação — diz Martino, que em 2008 dirigiu "Horton e o mundo dos Quem", um dos seis longas lançados pela Blue Sky desde 2002.
— Como "A Era do Gelo" hoje é a franquia em que o mercado brasileiro mais acredita em termos de animação, todo filme da Blue Sky que chega às telas vem com boa expectativa. Foi o caso de "Rio", um dos fenômenos de público no ano passado — diz Paulo Sérgio Almeida, do site Filme B, que avalia o mercado exibidor no Brasil.
Envolvido no roteiro de "Rio 2", Saldanha lembra que, antes de "A Era do Gelo", a Blue Sky tinha como cartão de visitas uma sequência de um pinguim animado feita para o cult "Clube da luta" (1999), de David Fincher. Hoje, há mais três projetos de longas em desenvolvimento, entre eles uma adaptação do livro infantil "O touro Ferdinando", que o carioca vai dirigir.
— Começamos com 150 funcionários. Hoje somos 500 — diz Saldanha. — Para cada filme que a Blue Sky lança, três entram em produção.

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