- Um flagrante feito nas ruas de São Paulo: ambulantes da maior cidade do país vendem livremente uma bebida proibida que pode até matar. É o 'vinho químico', que é quase um veneno.
A bebida perigosa tem sido vendida por camelôs, em grandes eventos em São Paulo. É o chamado vinho químico - uma mistura que pode levar até álcool de uso doméstico em grande quantidade. Os efeitos da bebida, que não tem nenhuma autorização legal para ser comercializada, são extremamente perigosos. Médicos dizem que em grande quantidade, pode levar até a morte.
Quando anoitece em São Paulo, os ambulantes abrem o bar e oferecem também uma mistura com cachaça, que já é famosa nos terminais de ônibus. Mas quando a metrópole se reúne para festejar em eventos contados aos milhões de pessoas, os ambulantes preparam um novo coquetel, batizado muito injustamente de ‘vinho’. No jargão das autoridades, ‘vinho químico’.
“Ele pega alguma coisa parecida, ou algum vinho de preço irrisório, vamos supor que ele pague R$ 5 ou R$ 6, e produz até 4, 5, até 6 garrafas”, diz o subprefeito da Sé, Nevoral Bucheroni .
O 'vinho químico' mais comum tem etanol com groselha. Outras vezes, leva álcool metílico, desses de limpeza, com corante e adoçante. O teor alcoólico, frequentemente, passa de 90%.
A polícia fechou 26 fabriquetas de fundo de quintal. “Até residência particular ano passado tinha estoque desse vinho, distribuído por ambulantes”, revela o subprefeito.
Como os ambulantes atuam disfarçados no meio da multidão, levando garrafas em mochilas para fugir da fiscalização, é cada vez mais importante que as pessoas saibam que o produto que é vendido nas ruas como vinho não é vinho. Cada ambulante faz a mistura que bem entende, usando materiais de baixa qualidade, produtos químicos, sem nenhuma preocupação com a higiene. E o efeito desse coquetel é muitas vezes devastador sobre a saúde de quem bebe.
Álcool em quantidades tão elevadas pode levar a um estado de intoxicação aguda. O coração bate desordenado e o cérebro pode entrar em convulsão.
“O álcool é tão tóxico que, depois de uma determinada quantidade, os impulsos do cérebro passam a funcionar de uma forma caótica. Isso pode levar a uma série de desequilíbrios químicos no corpo que o indivíduo pode ir para coma ou morte”, destaca o psiquiatra Dartiu Xavier, da Unifesp.
O tal do 'vinho químico' pode ser feito com álcool metílico, aquele dos produtos de limpeza. “O maior risco é você ter uma cegueira que é definitiva. A pessoa fica cega e é irreversível”, aponta o psiquiatra.
Para a Virada Cultural, que acontece durante esse fim de semana em São Paulo, a fiscalização contra esse tipo de bebida e contra o comércio de drogas foi reforçada, segundo a prefeitura.
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