- No uniforme, grudado ao corpo, ele ostenta a caveira, marca do Fantasma. Mas usa, como o Super-Homem, a sunga vermelha sobre a roupa.
Voa, briga com bandidos e se debate com dramas mais comezinhos, como a difícil tarefa de abrir um vidro de geleia. É um super-herói que sofre com a vida como qualquer um; fica velho, barrigudo, tem medo e falta de ar.
Trata-se de uma figura criada pelo artista sueco Andreas Englund, que subverteu os cânones dos quadrinhos para produzir uma série de pinturas hiper-realistas, em que o super-herói vive problemas de gente comum.
Diretor de arte numa empresa de publicidade de Estocolmo, onde vive, Englund já abocanhou vários prêmios internacionais -tem três Leões de bronze de Cannes.
Seu super-herói nasceu há sete anos. De lá para cá, o artista já pintou 18 telas, que capturam momentos da vida dessa insólita figura. Seu trabalho vem sendo exposto em galerias e hotéis de Estocolmo, além de ter figurado numa mostra na Noruega e de ter recebido citações em concursos internacionais. Nesta entrevista à Folha, Englund fala sobre seu trabalho.
Folha - Como nasceu o seu super-herói?
Andreas Englund - Em 2004, eu queria criar uma versão engraçada da famosa escultura grega "Discóbolo", de Míron. Eu pretendia chamar minha versão de "O Abridor de Latas". Naquele processo, acabei modificando o super-herói da Antiguidade, e assim nasceu a primeira pintura da série de meu super-herói, "Strawberry Jam" (geleia de morango).
Como nasce uma nova tela?
Conceber a ideia certa pode demorar bastante tempo. Algumas vezes, faço uma série de trabalhos que nunca se transformam em pinturas.
Começo a dar forma às minhas ideias combinando e retocando fotos, pois, em geral, minhas pinturas procuram capturar um momento preciso, uma fração de segundo de uma ação. Ter um modelo tentando ficar imóvel naquelas posições seria algo difícil.
Pintar uma cena, é claro, é muito mais complexo do que produzir um retrato e, portanto, leva muito mais tempo.
Eu diria que levo entre 20 e 40 horas desde a ideia inicial até o rascunho final. Com o rascunho pronto, começo a fazer a pintura a óleo em telas grandes, que têm em geral de 1,5 m a 2 m de largura.
Super-heróis ficam velhos?
Para mim, ser um super-heroi é ter um dom extraordinário e usar essa capacidade para fazer o bem. Você não precisa desafiar a natureza para ser um super-herói. O Fantasma, por exemplo, é humano; ele simplesmente engana o mundo para que acreditem que ele é imortal.
Seu personagem combina traços do Fantasma e do Super-Homem. Quem é ele?
Depois de fazer "Strawberry Jam", queria que as pessoas conhecessem a vida secreta desse homem, como ele é por trás da máscara. Minhas pinturas seguintes contam essa história, a de um super-herói que supostamente deveria levar uma vida perfeita, mas se defronta com uma realidade diferente. Todos têm os mesmos problemas, ricos ou pobres, fracos ou fortes. O que conta é como você reage a cada situação.
Voa, briga com bandidos e se debate com dramas mais comezinhos, como a difícil tarefa de abrir um vidro de geleia. É um super-herói que sofre com a vida como qualquer um; fica velho, barrigudo, tem medo e falta de ar.
Trata-se de uma figura criada pelo artista sueco Andreas Englund, que subverteu os cânones dos quadrinhos para produzir uma série de pinturas hiper-realistas, em que o super-herói vive problemas de gente comum.
Divulgação | ||
Pintura de Andreas Englund em que seu personagem é retratado como um homem idoso |
Seu super-herói nasceu há sete anos. De lá para cá, o artista já pintou 18 telas, que capturam momentos da vida dessa insólita figura. Seu trabalho vem sendo exposto em galerias e hotéis de Estocolmo, além de ter figurado numa mostra na Noruega e de ter recebido citações em concursos internacionais. Nesta entrevista à Folha, Englund fala sobre seu trabalho.
Folha - Como nasceu o seu super-herói?
Andreas Englund - Em 2004, eu queria criar uma versão engraçada da famosa escultura grega "Discóbolo", de Míron. Eu pretendia chamar minha versão de "O Abridor de Latas". Naquele processo, acabei modificando o super-herói da Antiguidade, e assim nasceu a primeira pintura da série de meu super-herói, "Strawberry Jam" (geleia de morango).
Como nasce uma nova tela?
Conceber a ideia certa pode demorar bastante tempo. Algumas vezes, faço uma série de trabalhos que nunca se transformam em pinturas.
Começo a dar forma às minhas ideias combinando e retocando fotos, pois, em geral, minhas pinturas procuram capturar um momento preciso, uma fração de segundo de uma ação. Ter um modelo tentando ficar imóvel naquelas posições seria algo difícil.
Pintar uma cena, é claro, é muito mais complexo do que produzir um retrato e, portanto, leva muito mais tempo.
Eu diria que levo entre 20 e 40 horas desde a ideia inicial até o rascunho final. Com o rascunho pronto, começo a fazer a pintura a óleo em telas grandes, que têm em geral de 1,5 m a 2 m de largura.
Super-heróis ficam velhos?
Para mim, ser um super-heroi é ter um dom extraordinário e usar essa capacidade para fazer o bem. Você não precisa desafiar a natureza para ser um super-herói. O Fantasma, por exemplo, é humano; ele simplesmente engana o mundo para que acreditem que ele é imortal.
Seu personagem combina traços do Fantasma e do Super-Homem. Quem é ele?
Depois de fazer "Strawberry Jam", queria que as pessoas conhecessem a vida secreta desse homem, como ele é por trás da máscara. Minhas pinturas seguintes contam essa história, a de um super-herói que supostamente deveria levar uma vida perfeita, mas se defronta com uma realidade diferente. Todos têm os mesmos problemas, ricos ou pobres, fracos ou fortes. O que conta é como você reage a cada situação.
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